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Educação
07/06/2018 - 11h19
Patrocinense conquista bolsa para estudar em colégio de Singapura
Matheus é o primeiro estudante a representar Patrocínio no movimento UWC
Foto: Arquivo Pessoal/ Matheus de Lima Silva.

Por Stéfany Christina com informações UWC


O estudante do Ensino Médio Integrado do IFTM, Matheus de Lima Silva, conquistou neste ano uma bolsa integral no movimento United World Colleges (UWC) para estudar no UWC South East Asia, localizado em Singapura. Ele estará embarcando em agosto para também morar por dois anos com gastos mínimos no país, que possui um dos melhores índices de qualidade educacional do mundo.


A United World Colleges

A UWC Brasil é uma associação sem fins lucrativos e suas atividades são mantidas pela arrecadação anual de seu processo seletivo e doações. Atualmente conta com uma rede de Comitês Nacionais operando majoritariamente de maneira voluntária em mais de 150 países.

O movimento tem como missão fazer da educação uma força para unir pessoas, nações e culturas pela paz e um futuro sustentável. E hoje em dia existem 17 colégios localizados em 4 continentes, a maioria dos quais foca exclusivamente na faixa etária de 16 a 19 anos.

Entre os países estão: Canadá, Hong Kong, Índia, Itália, Noruega, Singapura, Suazilândia, Estados Unidos, Países Baixos, Costa Rica, China, Arménia, Bósnia e Herzegovina, Reino Unido e Alemanha.

O primeiro aluno brasileiro ingressou no UWC Atlantic College em 1962, ano de fundação da unidade inaugural. Desde então, mais de 200 estudantes das mais diversas origens e realidades já tiveram a experiência de cursar o programa residencial de dois anos em um dos colégios UWC e/ ou participar de cursos de curta duração promovidos pela UWC globalmente.

Todos os anos o processo seletivo é aberto, o deste ano já está aberto e aceitará inscrições até dia 15 de julho. Através deste, são escolhidos dez alunos no Brasil. As inscrições são feitas totalmente online e podem participar brasileiros que estejam cursando o equivalente ao 1º ou 2º ano do Ensino Médio no momento da inscrição e que tenham entre 15 e 18 anos até 31/08/2019 do ano em que ingressariam no colégio.

Para mais informações.


Patrocinense em Singapura


Em entrevista, Matheus de Lima Silva nos contou um pouco sobre sua experiência com o movimento e a expectativa de ir morar e estudar do outro lado mundo. Confira:


Gazeta: E para você como foi passar por todo esse processo?

Matheus de Lima Silva: Eu não me arrependo nem um pouco de todo o trabalho e a ansiedade que o processo me proporcionou (rs). O processo em si é muito interessante, te leva a refletir sobre vários aspectos e te proporciona uma jornada de autoconhecimento muito grande.

Além disso, conheci várias pessoas de todas as partes do Brasil que chegaram até a final. E que me acrescentaram muito.


Gazeta: E você achou difícil? Ou em algum momento pensou em desistir?

Matheus de Lima Silva: Eu tentei pela primeira vez em 2016, e não consegui passar da prova. Me envolvi em várias atividades extracurriculares, que é importante para escrever seus textos e mostrar quem você é para eles, e estudei bastante pra melhorar minhas notas na escola. Então sim, foi difícil e trabalhoso.

Durante o convívio, que é o fim de semana em São Paulo, eu senti várias vezes que não ia conseguir ser selecionado, que os outros participantes eram melhores que eu... Enfim, eu quase desisti na primeira noite lá (rs). Mas no outro dia eu tentei ficar confiante e pensar positivo, e o resultado foi à altura.


Gazeta: E como foi a recepção de sua família e amigos com a notícia de você ter conseguido a bolsa?

Matheus de Lima Silva: Meus pais estavam comigo quando eu recebi a notícia. Como eles já havia conversado com atuais e ex-alunos da instituição, com os representantes do movimento aqui no Brasil e tal, eles ficaram bem felizes com a notícia, e sabiam que era uma coisa que eu tinha sonhado por muito tempo.

Ficaram um pouco assustados quando souberam que eu ia literalmente pro outro lado do mundo, mas depois de conhecer o país, que sempre está entre os mais seguros, desenvolvidos e globalizados do mundo, eles ficaram mais tranquilos e me apoiaram totalmente.

Meus amigos ficaram bastante contentes, alguns disseram que já sabiam que eu iria conseguir, o que eu não acredito tanto (rs), e outros ficaram surpresos com o resultado.


Gazeta: E como é a sua rotina de estudos?

Matheus de Lima Silva: Então, como eu estudo no IFTM aqui de Patrocínio, eu faço o Ensino Médio Integrado ao Técnico em Eletrônica, que é um curso integral, era bem puxado, mas eu não dedicava todo o meu tempo livre aos estudos. Eu me envolvia com o que eu me interessava, que era computação, eletrônica, robótica, seja em casa ou no IFTM, e isso me ajudou bastante.

Eu nunca estudei apenas para a prova do processo, eu estudava o necessário para as provas da escola, para o vestibular e Enem e sobre os assuntos que eu me interessava.

Fiquei sempre atualizado nas notícias e tentava sempre desenvolver uma opinião sobre os acontecimentos políticos e sociais, e estava sempre aberto a mudar isso. Isso talvez não seja estudo, mas é uma preparação para o processo da UWC, para vestibulares e, claro, para sua vida.

Então de manhã e de tarde eu assistia às aulas no IFTM, e a noite eu reservava para os deveres e outras atividades que eu participava.


Gazeta: E durante sua vida acadêmica você estudou em escola pública? Além do IFTM...

Matheus de Lima Silva: Tive o privilégio de ter estudado em uma escola particular, que foi o ABC Anglo. Mas conheci várias pessoas que passaram no processo e estudaram a vida toda em escolas públicas. Em colégios militares, escolas estaduais e municipais, particulares, Institutos Federais, entre outros.


Gazeta: Legal, isso mostra que o processo é bem democrático...

Matheus de Lima Silva: Sim, inclusive na final foram 11 mulheres e 11 homens, quase todas as regiões do Brasil foram contempladas e tinha gente de todo o tipo de escola e de renda.


Gazeta: Agora em relação à viagem, você já está se preparando? Como está a ansiedade?

Matheus de Lima Silva: Por enquanto estou menos ansioso. Conversei com a pessoa que ficará responsável por mim lá, com os coordenadores da instituição, estou mantendo contato com a ex-aluna brasileira que formou esse ano lá. A comunidade de alunos e ex-alunos é muito legal, e eles sempre me ajudam com qualquer dúvida que eu tenho isso me fez acalmar um pouco (rs).


Gazeta: Agora para finalizar, você quer deixar alguma mensagem?

Matheus de Lima Silva: Acho que seria de incentivo às pessoas que estão em situação semelhante à minha. Gostaria de passar adiante um incentivo para pessoas que tem esse mesmo desejo de melhorar. Sonhe grande, mire para lua, porque mesmo que você erre, acabará entre as estrelas.



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