Por Secretaria de Vigilância em Saúde/ Ministério da Saúde com informações Laísa Lopes/ Agência Brasil 61
Foi liberado no último dia 4 de junho o Boletim Epidemiológico nº 21 do Ministério da Saúde sobre o monitoramento dos casos de arboviroses urbanas causados por vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, como Dengue, Chikungunya e Zika.
Dengue
De acordo com o mesmo, foram notificados 348.508 casos prováveis (taxa de incidência de 164,6 casos por 100 mil hab.) de dengue no Brasil. Em comparação com o ano de 2020, houve uma redução de 57,4% de casos registrados para o mesmo período analisado. Ainda, se observado o diagrama de controle, o país, até o momento, não enfrenta uma epidemia de dengue, pois os casos estão dentro do esperado para o período.
Em relação à incidência da doença, a região Centro-Oeste foi a que apresentou a maior, com 362 casos/100 mil hab., seguida das regiões: Sul (207,6 casos/100 mil hab.), Sudeste (177,7 casos/100 mil hab.), Norte (129,4 casos/100 mil hab.), e Nordeste (76,2 casos/100 mil hab.).
Do total de casos, foram confirmados 152 casos de dengue grave (DG) e 1.984 casos de dengue com sinais de alarme (DSA) e ainda há 109 casos de DG e DSA que permanecem em investigação.
Sobre os óbitos, foram confirmados 105, sendo 93 por critério laboratorial e 12 por clínico-epidemiológico e 54 permanecem em investigação.
Chikungunya
Sobre os dado de Chikungunya, foram notificados 36.242 casos prováveis (taxa de incidência de 17,1 casos por 100 mil hab.) no país. Esses números correspondem a uma diminuição de 18,7% dos casos em relação ao ano anterior.
A região Nordeste apresentou a maior incidência com 29,1 casos/100 mil hab., seguida das regiões Sudeste (20 casos/100 mil hab.) e Norte (3,3 casos/100 mil hab.). A região Centro Oeste apresentou incidência de 3,1 casos/100 mil hab. e a região Sul 2,1/100 mil habitantes.
Além disso, foram confirmados no país quatro óbitos por critério laboratorial, os quais ocorreram no estado de São Paulo (2), Espírito Santo (1) e Minas Gerais (1), sendo que 11 óbitos permanecem em investigação.
Zika
Com relação aos dados de infecção pelo vírus Zika, foram notificados 2.006 casos prováveis, correspondendo a uma taxa de incidência de 0,9 casos por 100 mil habitantes no país. Em relação a 2020, os dados representam uma diminuição de 43,3% no número de casos do país.
Até o momento não houve confirmação da ocorrência de óbito para Zika vírus no país.
Sobre a diminuição de casos nas três doenças é importante frisar que a redução pode ser consequência do receio da população em procurar atendimento em uma unidade de saúde, bem como uma possível subnotificação ou atraso nas notificações das arboviroses, devido a mobilização das equipes de vigilância e assistência para o enfrentamento da pandemia.
Como diferenciar a dengue da Covid-19?
Muitas pessoas costumam confundir os sintomas iniciais da Covid-19 com a dengue. O médico especialista em dengue, Werciley Vieira Júnior, explica o porquê dessa associação entre as doenças.
“Os sintomas iniciais da Covid-19 são um quadro gripal que pode vir com mialgia, que é a dor no corpo, pode vir com dor de cabeça e dor nas juntas. E a dengue tem como marcante a febre, dor no corpo e dor nas juntas. Porém a proporção de dor na junta é muito maior na dengue do que na Covid-19, e a febre da dengue é bem maior”, afirma.
A dengue é transmitida ao ser humano a partir da picada do mosquito Aedes Aegypti que se desenvolve em água parada. No caso de locais com bastante incidência, como no Acre, o especialista em dengue destaca ainda alguns pontos para aumentar a proteção contra a doença.
“Usar repelente e tela mosquiteira para evitar a entrada do mosquito já ajuda. Mas a melhor forma é diminuir os criadouros, seguindo as condutas de evitar água parada e evitar jogar lixo onde não se deve. Inibindo os criadores, diminuímos a taxa de proliferação do mosquito”, indica o especialista.
O mosquito da dengue põe seus ovos em recipientes como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água da chuva. O mosquito pode procurar ainda criadouros naturais, como bromélias, bambus e buracos em árvores.