A partir de agora, produtores de café de todo o país dispõem de uma Plataforma de Controle, Gestão e Rastreabilidade das Indicações Geográficas (IGs) que se propõe a reunir informações relevantes sobre os produtores, os produtos e os processos produtivos. A ideia é contar a história de cada um dos produtos cadastrados e ainda ‘onde’ e ‘como foi produzido’.
A cerimônia de lançamento ocorreu durante a Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte (MG), com a presença de produtores rurais de regiões com Indicação de Procedência (IP) e Denominação de Origem (DO), especialistas do setor cafeeiro, entidades e visitantes da feira. O analista de agronegócio do Sebrae, Rogério Galuppo, explicou que o objetivo é garantir a procedência dos cafés com Indicação Geográfica ao longo de toda a cadeia produtiva. “Ela confere, inclusive, um sistema de inteligência ao processo, permitindo conhecer os principais mercados de destino dos cafés com IGs”. Outra boa notícia, segundo Galuppo, é que o software possibilita que as governanças tracem estratégias de mercado e de promoções do produto.
A assessora técnica do Instituto CNA Marina Zimmermann disse que o lançamento da plataforma ocorreu depois de meses de trabalho e que o sistema foi desenvolvido para que os produtores e as cooperativas possam emitir selos de rastreabilidade e comercializar seus cafés. Ela acredita que a reunião das informações no mesmo local facilitará o relacionamento com o mercado nacional e internacional, potencializando a importância da qualidade e origem dos grãos, que possuem IG reconhecida.
“A iniciativa envolve a parceria de entidades como a CNA, o Sebrae, a ABDI e uma empresa que foi escolhida para desenvolver a plataforma. Toda a cadeia produtiva será beneficiada, inclusive o consumidor, que poderá acessar o código na embalagem e saber de onde vem esse café, qual a história, sabor e origem”, disse.
Segundo a analista do Sebrae Nacional, Hulda Giersbrecht, o software foi desenvolvido com o apoio dos cafeicultores, utilizando tecnologias digitais modernas e mecanismos de controle de cada uma das 15 Indicações Geográficas.
“O sistema coloca em evidência um importante elo da cadeia produtiva do café, que é o produtor, e o insere em um ambiente de compartilhamento das melhores práticas de produção agrícola”, disse. A empresa responsável pelo desenvolvimento do sisteam é a AgTrace Rastreabilidade Agrícola, de Santa Catarina.
“A rastreabilidade vem ganhando cada vez mais importância nos últimos anos e a ferramenta surge como uma forma de ajudar o produtor a fazer a gestão do negócio por meio do mapeamento de dados de todo o processo de produção”, explicou o CEO da empresa, André Maltz.
O presidente da Indicação de Procedência da Alta Mogiana e do Instituto Brasileiro dos Cafés de Origem, Jean Faleiros, destacou a diversidade de qualidade, sabores e histórias dos cafés do Brasil e a importância da plataforma para fazer o controle e a rastreabilidade da produção. “Vamos contar a história desse café, quando, onde e como foi produzido”.
O Brasil possui 115 Indicações Geográficas registradas no INPI, sendo 88 Indicações de Procedência e 27 Denominações de Origem. Atualmente, estão registradas 16 IGs de café no país e 15 já utilizam a plataforma de Controle, Gestão e Rastreabilidade.
A plataforma é uma iniciativa do Instituto CNA, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) lançaram,