O Clube Atlético Patrocinense fundado em 19 de Março de 1954 comemora nesta próxima terça-feira, 19/03, 70 anos de história, e neste ano de 2024 vivendo um dos momentos mais conturbados em toda sua trajetória.
Após um ano difícil na questão de gestão do time, sem planejamento da Diretoria e de resultados. Ontem segunda-feira 18/3, estreou o ‘’Triangular da Morte” no Campeonato Mineiro, contra o Democrata em Governador Valadares com uma derrota de 1 a 0. Alguns torcedores acreditam na permanência na elite do mineiro. O próximo jogo será na quinta-feira no Pedro Alves.
‘‘70 anos uma verdadeira paixão Grená, numa cidade com histórico de amor ao futebol. História que precisa ser reconhecida e reverenciada por toda posteridade.’’
ANTES DO CAP, TIMES DE PATROCÍNIO...
Eustáquio Amaral disse “Embora tenha sido registrado e fundado em 1954, o Clube Atlético Patrocinense, o Patrocinense, o Atlético Patrocinense, CAP, existe desde 1948. Seu surgimento se deve ao então glamouroso Dom Lustosa (equipe alviceleste dos estudantes daquele ginásio), ao poderoso Ipiranga E.C., que o antecedeu, e à família Silva, sobretudo José Luiz da Silva. A combinação dos desejos e a contribuição de cada um culminaram na metamorfose alvinegra (cor das primeiras camisas), denominada Clube Atlético Patrocinense, uma alusão ao Atlético Mineiro e Botafogo-RJ. Com um pequeno leão no peito.
DE LEÃO PARA ÁGUIA EM 1985
Antes dos anos 70, o mascote do CAP, era um leão, mas não deu certo. No livro, “CAP: A História de Uma Paixão Grená”, obra de Luiz Antônio Costa, escreveu como surgiu
“ Em Agosto de 1985 nós pensávamos que o CAP não tinha mascote. Uma tarde o Tião do Dêgo foi à minha casa, na Rua Rio Branco, 412, para uma reunião onde trataríamos de diversos assuntos referentes ao CAP. Naquela tarde, coube a mim criar a mascote. Escolhi a águia como símbolo, porque é associada a coragem e força, chamada de “rainha das aves” e pela sua soberania, beleza e imponência. Na mitologia grega, a águia é o símbolo de Zeus, o mais poderoso dos deuses. Na cultura celta símbolo do renascimento e renovação. Para os antigos egípcios, era o símbolo da vida eterna. Além do mais, a águia é símbolo de nobreza, majestade, liberdade, agilidade, representa liderança e destaca o espírito vitorioso. Foi assim, rápido.’’
1987
CAP se classificou para disputar a Segunda Divisão de 1987 faltando uma rodada para terminar o Campeonato Mineiro da Terceira Divisão de 1986. Conseguiu uma vitória contra o Sport de Juiz de Fora que lhe valeu a classificação.
No dia 12 de novembro de 1986, o ‘’Jornal Presença’’ republicava uma crônica do advogado e jornalista Camargo Neto, publicada pela sucursal do Triângulo do jornal Estado de Minas, com o título “Salve o Patrocinense”, em que exaltava o trabalho do time grená para a criação do Campeonato Mineiro da Terceira e que finalmente o CAP estava na Segunda Divisão por méritos próprios. “Na rodada final do primeiro e histórico Campeonato Mineiro da Terceira Divisão de Profissionais, o jogo de encerramento e a festa serão em Campo Belo e os dois já asseguraram o direito de acesso à Segunda Divisão para 1987 “, finalizava Camargo Neto.
ANOS 90, NA PRIMEIRA DO MINEIRO
Em 1991 o CAP, subiu para a Elite do Mineiro, onde foi uma grande experiência de jogar no Mineirão contra Cruzeiro, Atlético e América.
Na época em publicação no jornal da Gazeta, edição do dia 14 Setembro de 1991, as entre linhas do impresso, registrou:
“Com uma campanha de destaque o Patrocinense está invicto no Mineiro da 1ª Divisão. Devemos revelar os nomes do Presidente Ronaldo Corrêa de Lima, do técnico Pedro Omar que são os maiores responsáveis (depois os jogadores). O Técnico conseguiu deixar os jogadores afiados.”
Em fevereiro de 1992, na manchete do jornal impresso do jornal Gazeta estava estampado: ‘’Prefeito cobra Cr$ 18 milhões de juros do CAP’’, na gestão estava o Prefeito Silas Brasileiro. Mesmo em situação complicada em 92, CAP continuou na 1ª do Mineiro. Em 94, lutou, lutou, lutou porém, foi rebaixado.
De 1995 a 2005
Os 10 anos mais difíceis do clube depois do retorno. Anos de disputas cada vez piores, até o CAP voltar à estaca zero: terceira divisão. Nisso, perdeu todos os ativos, inclusive o clube Ninho da Águia que era o maior patrimônio do clube, que vendeu cotas remidas a todos os sócios patrimoniais. Dívidas e a forçosa paralização.
2015 - CAP DE VOLTA PARA A PRIMEIRA DIVISÃO
Depois de quase 11 anos desativado, o Clube Atlético Patrocinense (CAP) voltou às atividades no dia 21 de outubro de 2015, pelas mãos do empresário Maurício Cunha (leia-se Gráfica Real). Ele já tinha sido diretor do clube na fase áurea do CAP, entre 1986 e 1995.
Com um forte projeto estratégico, renegociações de dívidas, principalmente com a formação de um conselho e uma diretoria com pessoas de credibilidade na cidade de Patrocínio, em menos de um ano, o CAP obteve dois acessos seguidos: 2016 e 2017. E depois de 24 anos, em 2017 foi Campeão Mineiro do Módulo II para alegria de sua apaixonada torcida. Em 2018, disputou a Elite do Futebol Mineiro que permanece até hoje (Março 2024).
“Voam nas alturas como águias, correm e não perdem as forças, andam e não se cansam.”
2019/2023
Após quatro anos de mandato e sem direito a reeleição - conforme previa o estatuto antigo -, o atual (na época) presidente do CAP, Maurício Cunha, deixou o cargo com dois acessos seguidos até à elite do Campeonato Mineiro, além das conquistas das vagas à Série D do Brasileiro de 2019 e 2020. Para facilitar o trabalho do novo mandatário, Maurício antecipou as eleições, normalmente marcada para novembro 2019.
Marcos Antônio da Silva, o Marcão, do Posto Econômico assumiu o time até meados de Julho de 2021, logo em seguida o Roberto Avatar, o Tatá foi o presidente.
Nesta época o CAP fez campanhas boas e outras nem tanto. De 2018 até o campeonato de 2023 o time se manteve firme na elite no Mineiro.
2023
Dirigido por Roberto Avatar (indicado pelo Prefeito Deiró) ano passado o CAP não fez uma campanha boa. Teve três treinadores do prazo de dois meses. Embora tenha feito jogos muito bons, como contra o Atlético em BH, não teve bom desempenho na defesa nos primeiros jogos do campeonato e isso foi fatal. Foi muito prejudicado pelas arbitragens e faltou competência para segurar resultados. Com isso fizeram uma união de esforços da Diretoria passada liderada por Maurício Cunha e Diogo Cunha, para evitar o pior, o rebaixamento da equipe e disputa da Série D do Brasileiro. Que hoje liderado por Ronaldo Côrrea sofre os mesmos problemas de sair do Triangular da Morte, vivo.
2024
Atualmente o CAP é presidido por Ronaldo Corrêa de Lima, vice Roberto Avatar (ex-presidente) e demais lideranças locais, indicados pelo atual Prefeito Deiró Marra.
Hoje o CAP disputa o “Triangular da Morte” entre os times com a menor pontuação no Campeonato Mineiro 2024. O triangular contra o rebaixamento tem as três equipes de piores campanha na fase classificatória do Campeonato Mineiro: Democrata, Ipatinga e CAP.
A fórmula de disputa é de pontos corridos e jogos de ida e volta. Cada equipe disputará quatro jogos. Quem fizer mais pontos escapará do rebaixamento, enquanto as outras duas serão rebaixadas para o Módulo Il do Campeonato Mineiro.
ATLETAS DA CASA
Duas lendas marcaram o clube como, Ney dos Reis (foto abaixo), foi lateral esquerdo, titular do CAP nos anos 90. Segundo os repórteres da época:
‘‘Vencendo e convencendo, caiu nas graças da Galera Grená. A Águia lhe deve muito, NEY!’’
Outro jogador é o patrocinense Ademir. Hoje voa igual uma águia, atualmente está no time Bahia, mas teve passagem no América e Atlético Mineiro. Na época que vestiu Grená, diversos jogos, lances, dribles foram dele. Ademir,
‘‘O mito’’ como acostumado ser chamado por Zé Eloi. Sua entrega, humildade, e facilidade em campo ajudou muito o time patrocinense. ‘‘Valeu menino Ademir! Você Mitou!’’
RECONHECIMENTO MASCOTE ÁGUIA
O mascote Águia, que foi interpretado através de Antoniel Santos, teve muito brilhantismo em seu papel, porém neste ano de 2024, Antoniel pediu seu afastamento.
A Águia ficou famosa depois de fazer uma defesa durante um jogo do CAP no Campeonato Mineiro 2018. O vídeo da ponte viralizou e a popularidade veio junto, inclusive deixando para trás, o nome de Águia Grená para Águia Louca. Além do futebol o Mascote por Antoniel fez na época um bom trabalho social nas escolas, entidades, creches, hospitais, etc, levando alegria e brindes da equipe grená. Sua alegria e carisma deixou um legado de um grande Mascote.
RECONHECIMENTO TORCIDAS ORGANIZADAS ‘‘MANCHA GRENÁ’’ E DA ‘‘TURMA DO CAMAROTE’’
Torcida Mancha Grená / foto: Eder Tererê
torcida Turma do Camarote / Foto Rafael Bezerro
As Torcidas Organizadas do Clube Atlético Patrocinense, vem cobrando, empurrando e incentivando o time, a ‘‘Mancha Grená’’ criada em 1991 e a Torcida da ‘‘Turma do Camarote’’ criada aproximadamente 10 anos atrás.
Ambas com papel fundamental de impulsionar o time, diretoria e os jogadores. Ajudam com recursos, batucadas, e claro, fazem uma linda festa no Estádio. Podemos presenciar em campo, muitos envolvidos, são todas as idades, desde crianças até os mais experientes. Os gritos ecoados no Estádio “vamos subir capê... vamos subir capê...” entre outros, tem marcado a história de grandes clássicos, festas e partidas. As torcidas tem um histórico sem violência em campo, que dá uma certa confiança aos pais de levarem seus filhos durantes os jogos no Pedro Alves do Nascimento. Uma verdadeira união de torcedores.
Informações e citações: Livro “CAP: A História de Uma Paixão Grená”- Luiz Antônio Costa; Jornal Gazeta de Patrocínio; Colunista Eustáquio Amaral; Jornal Presença; ; Patrocínio que eu Vi; Rede Hoje; Difusora; Mais um.