Eu porém vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.
Mateus 5:44
Em um mundo pautado no individualismo, no egocentrismo, e na coisificação das pessoas, falar de amor ao próximo beira uma utopia. Na contra mão do mundo moderno, a Bíblia Sagrada nos estimula a nos relacionarmos uns com os outros e a amarmos uns aos outros. Mas ela vai além do clássico entendimento de amar o próximo. Na pessoa de Jesus, nosso salvador, somos ensinados a amar nossos inimigos, sim, nossos inimigos. Essa é uma das maiores e mais gloriosas verdades reveladas através da cruz. Essa foi a expressão máxima de um amor sacrificial, onde alguém sem culpa, nos perdoou, e mais que isso, tomou o nosso lugar, nos reconciliando com o Pai, uma vez que éramos por natureza, inimigos de Deus. O evangelho de Cristo não é uma mensagem teórica para uma mera reflexão, ou algo para ser colocado lado a lado com filosofias ou pensamentos meramente humanos. Longe disso, ele é a revelação da vontade de Deus aos seus filhos, e deve ser evidenciado de forma prática e visível. Diante disso, à luz da Palavra de Deus, eu quero provocar você que está lendo esse texto, a entender esse amor, e mais que isso, andar nele.
Quando se trata de amar os inimigos, parece que sai um pouco da lógica humana, e assim o amor, que é uma palavra tão bonita, um sentimento tão nobre, de repente se torna algo desafiador para todos nós, e convenhamos, não é fácil compreender esse mandamento. Isso porque o amor sincero, traz consigo o perdão, e o perdão, independente de qual lado estamos, seja perdoando ou sendo perdoado, quebra a nossa altivez. O cristão não apenas resiste a ofensa, mas ele ama positivamente o seu inimigo e abençoa aquele que o amaldiçoa.
A ausência do amor, acentuado pela falta de perdão, tem erguido muralhas no seio familiar, destruindo casamentos, colocando filhos contra pais e pais contra filhos, irmãos contra irmãos, e isso tem se estendido para outros ambientes como no meio social e também profissional.
Na carta do apóstolo Paulo aos romanos, ele nos mostra o caminho para lidar com o mal.
1 - Detestar o mal
O cristão não ignora o mal, e nem o justifica, mas sabe separar a ação do mal de quem o pratica, sendo justo sem ser justiceiro. Romanos 12:9
2 - Não tornar a ninguém o mal por mal
Como filhos de Deus, segundo a graça, não estamos autorizados a fazer vingança ao retribuirmos o mal, aumentamos a maldade, e tornamos pior o mundo em que vivemos. Romanos 12:17 a 19
3 - Devemos vencer o mal com o bem
Romanos 12:20
Foi isso que jesus nos ensinou no Sermão do Monte. Mateus 5:43 a 48
Contudo, se houver algo que ultrapasse a ofensa, sendo uma situação de crimes, existem os meios legais e judiciais que podem ser acionados pelo cristão. A autoridade humana legalmente constituída, é o instrumento pelo qual Deus traz punição ao ímpio. Romanos 13: 3. Porém nós não podemos praticar a vingança de forma individual ou pessoal, pois isso fere os ensinamentos de Cristo.
Não esqueçamos, o amor é a carta expressa e lida pelo mundo, através da nossa vida, e o perdão é o selo autenticador dessa carta que foi escrita com sangue do alto de uma cruz. Romanos 5:8 , João 13: 34, 35
Pr. Paulo Sérgio de Faria
