Pequeno
estudo sobre Protocolo e Cerimonial – Parte I
Ainda motivada pela JMJ que graças às
redes sociais pudemos acompanhar, apresentamos aos leitores um pequeno estudo
sobre Protocolo e Cerimonial para que analisem e entendam a sua importância.
Inicialmente é preciso conhecer com o que e com quem estamos lidando porque
nada do que acontece ali é invenção mas sim tem sentido e leva a um objetivo.
O Estado da
Cidade do Vaticano foi criado em 11 de fevereiro de 1929, com os Pactos
Lateranenses, nos quais a Itália reconhece à Santa Sé plena propriedade e
soberania exclusiva sobre o Vaticano. Roma é, assim, a única cidade do mundo na
qual coexistem duas capitais de dois Estados e dois corpos diplomáticos, o
acreditado perante o Estado Italiano e o acreditado perante o Estado da Cidade
do Vaticano. O Estado da Cidade do Vaticano é membro observador permanente das
Nações Unidas e mantém relações diplomáticas com mais de cem países. Formando
parte da diocese de Roma (apesar de também deter administração religiosa
própria), ali se encontram a sede papal e os órgãos de governo da Igreja. Roma
é uma diocese, cuja catedral é a Arquibasílica do Santíssimo Salvador e dos
Santos João Batista e João Evangelista de Latrão, normalmente designada na forma
abreviada de Basílica de São João de Latrão, portanto, sé episcopal oficial do
Bispo de Roma, o Papa. Com cerca de 42km2 e uma população permanente de sensivelmente
mil habitantes, o Estado da Cidade do Vaticano é soberano, dispõe de selos de
correios, de moeda (Euro) e de bandeira própria. Ele existe ao serviço da Santa
Sé que é a mais alta hierarquia da Igreja Católica Apostólica Romana,
encabeçada pelo Papa. Ambas as realidades estão profundamente ligadas, mas nem
sempre são de fácil distinção.
O Protocolo a aplicar é,
por isso, diverso consoante o âmbito: o Protocolo da Santa Sé refere-se aos
atos do Santo Padre e da Cúria Romana quando do exercício do respetivo
ministério, ou seja, Protocolo Litúrgico. O Protocolo do Estado da Cidade do
Vaticano consiste no Protocolo Oficial de um Estado, cuja existência implica
poder político sobre cidadãos e território (que se localiza entre as Muralhas Leoninas,
a Basílica e a Praça de S. Pedro, abarcando a colunata de Bernini, bem como
outras basílicas e outros edifícios extraterritoriais em Roma e Castel
Gandolfo).
O Brasão de Armas do
Vaticano é um emblema importantíssimo que representa o Estado da Cidade do
Vaticano e a autoridade da Santa Sé. O escudo reparte-se em duas partes, a
esquerda representando a autoridade espiritual da Igreja, e a direita a
autoridade temporal do Estado do Vaticano. No centro do Brasão estão duas
chaves cruzadas, uma em ouro e uma em prata, simbolizando a de ouro o poder
dado por Cristo a São Pedro e a de prata o poder temporal. A tiara papal, uma
coroa tripla, simboliza a autoridade e o poder papal, com a respetiva
jurisdição no céu, na terra, no purgatório. À esquerda do escudo, uma insígnia
que consiste numa faixa de tecido amarela e branca, com nós em ambos os lados,
conhecida como o pálio, representando a união dos Bispos sob a autoridade do
Santo Padre.
A Bandeira do Estado da
Cidade do Vaticano é composta por dois campos divididos verticalmente, um
amarelo (ouro) aderente à haste e o outro branco (prata), este último tendo em
si a tiara com as chaves.
A chancela do Estado
possui ao centro a tiara com as chaves e em redor as palavras “Stato della
Città del Vaticano”.
Os Papas detêm, desde há
muitos séculos, os seus próprios escudos pessoais. O Papa Francisco conserva o
seu brasão anterior que data da sua consagração episcopal. O brasão azul está
encimado pela mitra colocada entre as chaves cruzadas em ouro e prata, ligadas
por um cordão vermelho, sobressaindo no alto o emblema da Companhia de Jesus
(ordem de proveniência do Papa Francisco). Na parte inferior, a estrela (que
simboliza a Virgem Maria) e a flor de nardo (que remete para São José). O Papa
Francisco é assumidamente um devoto de Nossa Senhora, como sabido.
OBS: Ao final do estudo
indicaremos as fontes pesquisadas.
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