Por Raphael Costa/ Agência do Rádio Mais
Depois de recordes em 2017, a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2018 pode cair cerca de 5,2%. Pelo menos é o que aponta a estimativa apresentada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE
Segundo a publicação, a safra deste ano deve produzir mais de 228 milhões de toneladas, abaixo dos mais de 240 milhões registrados em 2017.
Segundo o levantamento do IBGE, no comparativo com o ano, produções como a de soja devem alcançar o recorde do ano passado, com cerca de 116 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 0,7% em relação ao último ano.
Produções como as de milho e arroz, entretanto, não devem repetir o desempenho do ano passado e podem apresentar quedas consideráveis em 2018. No caso do milho, a diminuição deve ficar em torno de 15%, enquanto o arroz deve ter uma queda de 7%, segundo o IBGE.
Alan Malinski, assessor técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), explica que, por conta das condições climáticas, o início do plantio de soja atrasou e, consequentemente, interferiu na safra do milho. Já as baixas temperaturas na região onde o arroz é plantado contribuíram para a queda na estimativa de produção.
O impacto dessa queda produtiva deve chegar ao consumidor, que pode sentir a mudança no bolso. Na prática, outros itens que dependem dos grãos para serem produzidos, como a carne, podem ficar mais caros.
“Como a principal cultura que foi prejudicada foi o milho, e o milho chega na mesa do consumidor através da carne de frangos e suínos, nós vemos que sim. Este milho vai chegar mais caro para a agroindústria, para o granjeiro e certamente a agroindústria vai tentar passar isso para o consumidor final. Então, a chance de nós vermos um aumento nas prateleiras, principalmente para aves e suínos, existe”, afirmou Alan Malinski.
Ainda de acordo com o IBGE, a diminuição vai ocorrer apesar de um aumento na área plantada. No comparativo com 2017, aumentou em 2,6% a área da soja, e reduziu em 7,3% a área plantada de milho e de 3,6% na área de arroz.