Quem não conhece a música “A Lista” de Oswaldo Montenegro.

Ele disse que a compôs quando descobriu que o cabelo branco é irreversível. Aí nasceu a ideia da canção: “o que a gente deixa passar,” - Pergunta ele- “o que a gente consegue reter da vida, quais são os afetos que a gente conserva.”

Ficou assim a primeira estrofe da canção:

“Faça uma lista de grandes amigos

Quem você mais via há dez anos atrás?

Quantos você ainda vê todo dia?

Quantos você já não encontra mais?”

Pois é. A vida é movimento. impermanência. E o bonito é esta dinâmica.

Por um motivo ou outro, nem todos conservam os amigos de infância, da adolescência, da juventude, da escola, do bairro... E os amigos de trabalho… Estes, eu, pelo menos, luto para conservá- los em um lugar especial em meu coração. Vê-lo bem vida afora em outros projetos me traz um grande conforto…

Recentemente, tive a satisfação de reecontrar: Mayra Coutto, que encontrava-se em um estabelecimento comercial e Renato Alves- o Renatinho do Expresso União- em um bairro da cidade, vindo de uma academia.

Que alegria revê-la, casualmente; que satisfação, reencontrá-lo por acaso.

Ela, natural de Formiga-MG; ele, de Patrocínio.

Ambos, por algum tempo, foram meus colegas de trabalho na Serviços Gráficos.

Mayra, no setor de Designer Gráfico; Renatinho, no setor de Acabamento.

Nela, via amizade, potencial, humor e o dom de comunicar bem; Nele, via também amizade, dedicação e uma vontade incrível de vencer e brilhar…

Passaram-se alguns setembros, não deu outra. Mayra, hoje casada com Lucas; mãezona da beautiful de linda, Laura; fundaram em família, família Teixeira (Lucas, Matheus e Mayra) o “Fazendão Agropecuária”.

Tem mais? Muito mais. Estamos falando de Mayra!

É Gestora Ambiental e Comercial. É a Comunicadora Digital de maior sucesso na cidade. Com cerca de 30. 000 seguidores, produz conteúdo com eficiência, credibilidade e profissionalismo…

Renatinho. Da SGL, logo foi transferido para o Expresso União. E com méritos próprios, abraçou como poucos as oportunidades que o Diretor Ronaldo Samuel, foi lhe concedendo.

Foi Office Boy, passou pelos setores de Malote, Estatística, Empréstimos, Almoxarifados, e Auxiliar no Departamento Pessoal.

Foi transferido para o Rio de Janeiro, onde por seis anos foi o Chefe do Departamento Pessoal da empresa do Sr Nenê no Rio. Assim que pode, fez uma coisa linda: levou a mamãe, Maria Helena- que ele chama de mãe e pai- para conhecer a cidade maravilhosa.

Atualmente, Renatinho- que se tornou um menino forte em todos os sentidos- está em Lagoa da Prata-MG. É responsável pelo RH, numa concessão de fretamento entre Expresso União/ Raízen, empresa de bioenergia, referência global…

Só você sabe o quanto foi difícil, né, Renatinho…

Gosto de ver meus amigos assim: Bem.

DEUS É CUSTOSO…

Muito custoso, (desculpe, mas aqui não contém heresia) arteiro, gracioso, alegre, pelo menos comigo…

Ele não pode me ver contrariado, meio sorumbático, macambúzio, quase triste,

acha logo um jeito de melhorar o meu astral. Sabe que não precisa muito pra isto. É uma coisinha aqui, outra acolá. Ele sabe me jogar pra cima. Do nada a rádio toca a música que eu gosto. Um passarinho chama pelo meu nome no quintal. Uma senhora varrendo a calçada para e sorri pra eu passar. O vento tira uma folha seca para dançar perto do meu pé…Clarisse Lispector, achou Deus de uma delicadeza. Também acho, sempre.

Hoje, bem ali no balão do Unicerp, passo por uma mulher, logo que a cumprimento, ela dá alguns passos, vira sorrindo e me diz: “Você é um grande escritor”

Por favor, né gente! Ninguém precisa me dizer que não sou. Não. Não precisa. Sei bem quem são os grandes escritores/cronistas: Machado de Assis, Guimarães Rosa, Carlos Heitor Cony, Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, Luiz Fernando Veríssimo, Heloísa Seixas, Ruy Castro, Carpinejar, Carlos Herculano Lopes, Adriana Falcão, Zuenir Ventura, Jussara de Queiroz… Grande são eles…

Mas era só para me deixar bem. “Você é um grande escritor” E funcionou. Recebi como que um pó mágico. Sai dali vendo coraçãozinho em todo lugar.

Olhei para o alto dei uma picadinha e disse: “Deixa de ser custoso, Sô!”