Se tudo correr bem-
e tudo tem corrido bem- quando a Gazeta pontual, como ela só circular no
Sábado, já terei adentrado a porta do Hospital Santa Casa de Patrocínio para
fazer a minha primeira cirurgia.
Trata-se de uma cirurgia vascular. Artérias, veias, vasos linfáticos e edemas em minha perna esquerda vem há mais de cinco anos me pedindo socorro. Tive até um quadro de tromboflebite, que acredito ter o descanso da aposentadoria me trazido a cura.
Não é convencional,
agradecer antes da hora. Até então, realizei uma bateria de exames pré-operatórios,
(vai que doravante a coisa desanda. Toc, toc, toc. Eu, batendo na madeira. Ainda quero contornar muitas lagoas de muitas
Pampulhas.
Nota de Gratidão ao Secretário Municipal de Saúde, Luiz Eduardo Salomão, não somente pela atenção dispensada neste meu caso, sobretudo pelo firme, ostensivo e primoroso trabalho realizado em uma das pastas mais importantes do governo.
Gratidão ao
cirurgião vascular, Dr Ary Brito, pelo diagnóstico e acompanhamento preliminar.
Inclusive, quando lhe participei que minha cirurgia havia sido marcada, citei o
nome do médico, ele me tranquilizou de uma maneira reconfortante:
“Dr Pierre é um
colega cirurgião vascular credenciado, muito educado, muito bom médico. É uma
cirurgia tranquila..”
“É uma cirurgia
tranquila”… Me agarro a
estas palavras como um viajante faminto se agarra aquele último pedacinho de
pão no alforge…
E como atendem bem
na recepção do Centro Viva Vida; e o que dizer daquela moreninha que atende na
Secretaria de Saúde, a outra também morena, no balcão da Policlínica. Tive uma
certeza, o Lucinho do Pronto Socorro, fez escola na área da saúde. Muita gente
se graduou na sua Universidade da Gentileza.
É, portanto a
primeira vez que me interno para uma cirurgia. Sou um debutante, vocês precisam
me dar desconto. Ainda não conheço a rotina interna de um hospital. Até mesmo à
luz do dia me perco naquele labirinto de quartos. Sei que meus ouvidos vão
estranhar o barulho noturno de maca nos corredores. Enfermeiros/anjos,
certamente, vão acudir os gemidos próximo a mim.
Olharei nos olhos
de gente à espera de um milagre…
Sei que é pedir
demais, mas gostaria que minha cama nesta primeira noite no hospital, ficasse
junto à uma janela. Que houvesse noite calma de céu azul lá fora. Já que não
conciliarei o sono, quero fazer amizade com as estrelas. Pelo sim, pelo não,
quero garantir um lugarzinho bom entre elas.
Mas, bilaquiando, “Ora
direi e ora ouvirei das estrelas: Dr. Pierre é um bom médico… É uma cirurgia
tranquila”